segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O problema dos modismos na Administração

Ultimamente tenho refletido sobre os modismos na Admiistração e o quanto isso tem tornado frágil essa área do conhecimento, já que todo mundo se sente apto a acessar o conhecimento desenvolvido por outros, colocar nova roupagem e vender como algo inédito. Me parece que há uma falta de concentração nos ensinamentos dos autores clássicos das diversas escolas que fazem a TGA e um esforço em apresentar coisa nova quando eu penso que quase nada tem sido acrescentado, exceto muito plágio com nova cara.
A sensação que tenho é que essa farra de "descobertas" com seus termos e jargões não acontece em outras áreas do conhecimento, mesmo nas ciências sociais e aplicadas como a sociologia, antroplogia, psicologia, economia, contabilidade etc. Não tenho visto muita novidade (além do que já está apresentado na TGA) em coisas como: coaching, leader training; gerente facilitador; gestão por projeto, gestão por processos, gestão pela qualidade total, grupo x equipe x team; gerente ou chefe x lider; gestão do tempo; arquitetura organizacional; downsizing; reengenharia etc., etc...

Roncalli Maranhão       

2 comentários:

Alinest disse...

Me dá calafrios os outdoors de treinamento em coaching espalhados pela cidade. Me dá mais calafrios pensar que a maioria dos instrutores desses cursos não sabe nem sobre o que está falando direito. Multiplicam-se os lugares comuns e os clichês. Falta base teórica para quase todos.

É muito díficil fazer com que as pessoas tenham uma visão crítica desses modismos. Recetemente, em uma conversa sobre liderança, questionei o resultado de um teste que havia sido aplicado em um empresa.

A pessoa havia aplicado um teste X e havia descoberto que tantos % dos líderes tinham orientação para tarefas e tantos % tinha orientação para pessoas. A única pergunta que fiz foi: "Sim, e daí? O que você vai fazer com isso?". A primeira resposta que obtive foi, "Vou apresentar para o corpo gerencial". Como se o simples resultado de um teste pudesse resolver todos os problemas de liderança da empresa em questão.

Foi um longo caminho até fazer a pessoa em questão perceber que esse resultado por si só não significa nada se você não atuar na realidade organizacional de modo a adequá-la a essas constatações.

E é assim com várias outras ferramentas. Apenas aplicam-se as soluções, esperando que elas magicamente resolvam os problemas organizacionais.

Ely(coord) disse...

Tenho muita admiração pelos verdadeiros profissionais. Quando digo isso me refiro aos que usam sua formação com conhecimento de fato e perícia mínima para ministrar cursos, palestras e demais formas de expressão e devida competência.

A meu ver no que se refere à Administração, lamento muito o quanto existe de simplismo sobre tão nobre profissão por parte dos que não tem a formação acadêmica e dão muito “pitaco” sem sequer ter visto uma disciplina em seu próprio curso; dos que tem a formação mas nem sequer sabem dizer quais as bases epistemológicas que fundamentam suas teorias e dos inúmeros consultores de “araque “que se intitulam administradores. É tanta falácia na fundamentação suposta que carrega os inúmeros cursos “a venda” que até me irrito mesmo sem ser da área de vocês.

Na minha humilde opinião a falta de um maior rigor de pesquisa na formação do Administrador acaba deixando muitos reféns de suas próprias limitações teóricas.

Admiro muito essa profissão e na ocasião os parabenizo pelo o ultimo dia 09/09 dia do Administrador.

Espero sinceramente que haja o verdadeiro avanço teórico dessa Ciência por demais importante para nossa civilização e peço que sempre que receberem propaganda de cursos e propostas de consultoria sinistros que os mandem às favas, pois existem muitos empresários,organizações e clientes que são golpeados com pseudo administradores ou por consultores “metidos”.

Ely Trigueiro